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29/04/2022

Entendendo as siglas das embalagens dos óleos lubrificantes

      Além de ser importante compreender a diferença entre os óleos mineral, sintético e semissintético, saber o significado das siglas, letras e números que compõem o rótulo das embalagens é muito importante para escolher o lubrificante adequado para a necessidade de seu automóvel. Essas siglas codificam algumas características específicas dos óleos. Normalmente no manual do proprietário do seu veículo está indicado qual é a especificação do óleo que você deve usar. Existem basicamente 3 especificações com as quais deve-se estar atento:
 
Especificação de Desempenho
      A mais tradicional é a API (Instituto Americano de Petróleo), mas existem especificações europeias, como a ACEA (Associação Europeia de Fabricantes Automotivos), para diferentes aplicações dos óleos de motor descritas através de letras, e especificações japonesas como a JASO (Organização Japonesa de Padrões Automóveis), responsável pela definição da qualidade dos óleos para motores de 4 tempos (4T) a diesel de veículos rápidos e pesados, assim como para motores 2T e 4T em motocicletas. E ainda, as respectivas especificações de cada montadora.
      A especificação API é baseada nos graus de severidade das condições de trabalho aos quais os motores são submetidos. Os graus de desempenho API são os mais comuns e baseados, normalmente, em testes físico-químicos e em motores específicos para avaliar as propriedades dos lubrificantes.
      As classificações para motores à gasolina/álcool/GNV são indicadas pela letra S (“Spark Ignition”), ignição por faísca, seguida de uma segunda letra que, ao avançar no alfabeto, representa o avanço da tecnologia de aditivação ao longo dos anos. Atualmente, a classificação mais recente para os motores à gasolina é a API SN, introduzida no final de 2010.
      Para os motores a diesel, as classificações são indicadas pela letra C (“Compression Ignition”), ignição de compressão, seguida de uma segunda letra, da mesma forma como na classificação dos motores à gasolina/álcool/GNV. Sua classificação mais recente é a API CK-4, introduzida no final de 2016, e que atende às necessidades dos motores de última geração, se tornando cada vez mais importante com a introdução de novas regulamentações de controle de emissões. Temos também outra classificação para os óleos lubrificantes para engrenagens, são os API GL, onde “GL” indica (“Gear Lubricant”), lubrificante de engrenagens. 
 
Especificação de Viscosidade
      Regulada pela SAE (Society of Automotive Engineers, “Sociedade de Engenheiros Automotivos”), consiste num código para facilitar a identificação da viscosidade dos óleos de motor. Viscosidade é a propriedade física que caracteriza a resistência de um fluído ao seu escoamento. Ou seja, quanto maior a viscosidade, menor será a velocidade com que o fluído se movimenta, e a impressão de ser mais “grosso” também é proporcional à viscosidade. É só pensarmos no mel e na água. Quem é mais viscoso? O mel, que “se move” mais lentamente. 
      Nessa classificação, há basicamente dois grupos: os monoviscosos (Por exemplo, “30” ou “30w”) e os multiviscosos (por exemplo “10w30”). Os monoviscosos são pouco utilizados em carros hoje em dia, devido à maior capacidade dos multiviscosos de apresentarem menor variação da viscosidade quando se altera a temperatura. Nestes, foram introduzidos “aditivos” poliméricos que alteram as propriedades de viscosidade dependendo da temperatura em que o óleo está.
      A letra “W” quer dizer “winter” (inverno), e identifica que o óleo é multiviscoso, ou seja, possui uma determinada viscosidade a frio (cuja escala é definida pelo número antes do “W”) e outra quando aquecido (reconhecida pela escala do número após o “W”).  Isso é devido à necessidade de termos óleos de baixa viscosidade a frio, quando da partida do motor, e óleos mais viscosos quando o motor está quente.
      Com várias opções, o que fazer? Quanto menos viscoso o óleo, mais econômico e com melhor desempenho tende a ser o motor. Entretanto, também é mais sensível a fatores externos como combustível de má qualidade ou uso abusivo, bem como menos tolerante a falhas de manutenção. Alguns veículos permitem o uso de mais de uma viscosidade de óleo. Desta forma, fica a cargo do proprietário escolher qual óleo será usado.
      O clima de utilização do veículo também influencia o óleo a ser escolhido. Para climas mais frios, o óleo mais viscoso dificulta a partida a baixas temperaturas sobrecarregando motor de partida e bateria. Isso ocorre uma vez que a maior viscosidade imputa em maior resistência ao movimento entre as partes móveis e as fixas. Por outro lado, para climas mais quentes o óleo menos viscoso pode escoar de maneira mais rápida e perigosa para o propulsor. É uma questão de se analisar. Por fim, mesmo para veículos com só uma viscosidade homologada, um óleo mais viscoso pode ser utilizado para motores com maior tempo de uso.
      Nestes casos, o motor consome mais óleo que o previsto, como se não conseguisse parar nas paredes dos cilindros entre as camisas e os pistões (dentro do bloco está disposto o alojamento dos cilindros, componentes no qual correm os pistões durante o funcionamento do motor. Os cilindros são chamados de camisas, que por sua vez, são peças encaixadas no bloco, geralmente diferindo do material deste, vestindo as cavidades cilíndricas dentro do bloco). Sendo assim, com o acompanhamento de mão-de-obra especializada, a viscosidade poderá ser aumentada de forma ponderada para que o motor tenha uma sobrevida antes da necessidade de uma reconstrução.
 
Base do óleo
      A terceira especificação é a base do óleo, que pode ser mineral, sintética ou semisintética. Cujas diferenças foram abordadas em outro artigo de nosso blog sobre Óleo mineral, sintético e semissintético? Qual usar? (link abaixo).
 
 
      Enfatizamos que além de conhecer estas especificações é muito importante verificar que tipo de lubrificante é mais indicado para seu veículo no manual do proprietário. Não é recomendável que não se siga as indicações que estão descritas no manual, pois com o lubrificante errado, o câmbio poderá se danificar, diminuindo a vida útil de seu automóvel. 
 
 
Fonte:
HD Lubrificantes, 2022.
Manutenção em Foco, 2022.
Autos Segredos, 2022.
Óleo Certo, 2022.
Petromós, 2022.
Contagem Motorpeças, 2022.